Material Pedagogico

A foto da egípcia Doaa Elghobashy subindo à rede no vôlei de praia contra a alemã Kira Walkenhorst foi publicada por sites e jornais do mundo todo. Menos pelo jogo, mais pela imagem.

Enquanto a alemã usava um biquíni, traje comum no esporte, a egípcia vestia calça e "hijab" (palavra árabe usada para peças que cobrem o corpo seguindo a lei islâmica, como um véu).

No vôlei de praia, uma atleta chama a atenção na Praia de Copacabana: nada de top, nada de biquíni. Doaa Elgobashy, de 19 anos, joga de hijab, uma espécie de véu sobre a cabeça, e calça, já que não pode mostrar as pernas.

Mas ela não vê nisso um problema. Para a esportista, não atrapalha nada para se atirar no chão, por exemplo. Pelo contrário, Doaa gosta e se orgulha da roupa.

Na verdade, nós temos que usar o mesmo tipo de roupa. É por isso que eu estou usando calças. Normalmente, eu posso usar uma camiseta e biquínis - disse ela, se referindo à regra da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), que diz que os atletas precisam ter o mesmo tipo de vestimenta. Se um jogador usa mangas longas, o outro precisa fazer o mesmo.

"Visto o 'hijab' há dez anos. Isso não me impede de fazer as coisas que eu amo, e vôlei de praia é uma delas", afirmou Elghobashy, 19, após a partida contra a Alemanha.  Além dela, outras muçulmanas competiram usando o adereço.

No remo, a iraniana Mahsa Javar acabou eliminada na categoria single-skiff nesta segunda (8), após terminar sua bateria da repescagem em terceiro. O melhor resultado até hoje da atleta de 22 anos foi medalha de prata no último mundial sub-23, em 2014, na categoria double-skiff.


O Chefe da delegação do Egito, Howyda Mondy afirma que o Egito tem investido cada vez mais no esporte feminino e que Doaa e Nada são atletas juvenis que estão atuando na Olimpíada. Para as gerações futuras, ela espera que o país comece a figurar mais em torneios internacionais. Amir Elwani, delegado técnico e membro da confederação africana, explica que não é uma obrigação utilizar as roupas islâmicas. Pelo contrário, a própria entidade local estimula que as atletas usem as vestimentas que quiserem, tanto é que, segundo ele, é possível ver isso nos embates do circuito egípcio.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/olimpiada-no-rio/2016/08/1800703-de-veu-atletas-muculmanas-ignoram-desconforto-para-competir-na-rio-2016.shtml


https://esportes.yahoo.com/video/atletas-que-n%C3%A3o-abrem-m%C3%A3o-045216373.html

Doaa Elgobashy e Nada Meawad; vôlei de praia; Egito (Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images)


 

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